Influência de Avraham na Amidá: Sefardita



Na Parashá Vayerá em Bereshit  (Gn) 18.22-33, o Eterno revela a Avraham Seu plano de destruir Sodoma e Gomorra devido à sua extrema depravação e pecado. Avraham, em sua compaixão e desejo de justiça misericordiosa, começa a interceder em favor das cidades diante de D’us. 

Antes de começar a Amidah , é costume dar três pequenos passos para frente, como se estivesse se aproximando de um rei. Porém, existe a interpretação de que estes três passos, seria do momento em que Avraham "veio à frente" para orar pelos habitantes de Sodoma e Gomorra ( Baruch atá)" 

O que é  e quando começou a Amidá 

 A Amidá é a oração central dos quatro serviços diários no judaísmo: shacharit (manhã), mincha (tarde), maariv (noite) e mussaf (adicional). Significa "ficar de pé", pois é recitada dessa forma, e também é conhecida como Shemoneh Esrei (dezoito), devido às suas dezoito bênçãos, do período  de sua instituição.

A obrigação de recitar a Amidá três vezes ao dia foi estabelecida por profeta Ezra e codificada no Talmud. No século V a.C., a Grande Assembleia de 120 homens compôs o texto básico da Amidá. 

Após a destruição do Segundo Templo no primeiro século d.C., a forma e a ordem das bênçãos foram codificadas. No século II d.C., sob a liderança do rabino Gamliel em Yavneh, a Amidá foi expandida para dezenove bênçãos com a adição de uma bênção contra hereges, em resposta às ameaças das seitas samaritana e saduceia, e posteriormente devido às denúncias feitas pelos judeus convertidos ao cristianismo às autoridades romanas.


Como fazer o serviço  de Amidá pela tradição sefardita:

Postura: Ao iniciar a Amidá, o fiel se posiciona ereto, demonstrando respeito e reverência a Deus.

Pés juntos: Demonstrar respeito a Deus e imitar a visão angelical descrita por Ezequiel.

Direção: Voltada para (direção do Templo) Jerusalém, o centro espiritual do nosso povo.

Volume da voz: Baixa. A Amidá é uma conversa íntima com Deus e deve ser recitada em voz baixa para facilitar a concentração. Em respeito aos outros,  volume deve ser controlado para não perturbar os demais.

Gestos

Na terceira, Bênção Kedushát haShem (da Santificação de D’us), nós, sefarditas, nos levantamos na ponta dos pés três vezes ao dizer "Kadosh, Kadosh, Kadosh".

Durante a sexta vitória, ao confessar os pecados, é costume bater levemente no peito como um ato de contrição. 

"6. Bênção Selach (do Perdão)  Perdoa-nos, ó nosso Pai, pois pecamos; perdoa-nos, ó nosso Pai, pois transgredimos; porque tu és um D’us bom e clemente. Bendito sejas Tu, Adonai, ó Misericordioso, que perdoas abundantemente."

Movimentos: Ao final do seu serviço de Amidá,  são dados três passos  para trás e inclina-se para esquerda, depois para a direita e, para frente. Simboliza a saída do súdito da presença do Rei. Alguns textos proféticos sugerem a ideia de que o Messias está à direita de D'us.

"O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés." (Salmos 110:1). Logo, a reverência  seria ao Mashiach. 


A Amidá oferece espaço para orações pessoais, na oitava, Bênção Refuá (da Cura), os sefarditas inserem os nomes de pessoas doentes citando o nome da pessoa, "ben" ou "bat" e o nome da mãe do doente).

 A décima sexta, Bênção Shomêa Tefilá (“Ouves as Orações”)   é igualmente utilizada para pedidos pessoais, após a frase "raykam al teshivanu". Veja:

"Pai misericordioso, ouve a nossa voz, ó Adonai, nosso D’us! Poupa-nos, tem piedade de nós e recebe nossas orações com misericórdia e boa vontade; porque Tu és D’us, que ouves todas as orações e súplicas, e de Tua Presença, ó nosso rei, não nos deixa voltar desprovidos. Concede-nos a tua graça, atende-nos e ouve nossas orações," [aqui você  faz todos os pedidos para Ha-Shem e depois segue] "pois Tu ouves as orações de todas as bocas. Bendito sejas Tu, Adonai, que ouves as orações."

Interrupções são proibidas: A Amidá é considerada uma conversa sagrada com Deus e não deve ser interrompida, mesmo por saudações. Contudo há uma exceções, somente em casos de emergência grave, se interrompe.

 Se você estiver na sinagoga ou qualquer  assembleia comunitária, ao terminar ha'tefila ( Amidá ou A Oração) deve-se sentar e ficar em silêncio. 

Na tradição sefardita é  costume fazer a Bênção Sacerdotal diariamente durante a reza da manhã (shacharit) e também durante a reza adicional (musaf), quando esta é realizada. Essa prática sefardita se baseia na tradição do Templo de Jerusalém, onde os sacerdotes realizavam essa Brachá sacerdotal diariamente. A ideia por trás dessa frequência é que a benção sacerdotal traz bênçãos e proteção contínua para o povo.

Assim, que nosso serviço  de adoração seja perfeito  na forma e intenção, segundo a tradição  dos nossos pais, sefarditas. 

BH!!

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