Dilema ou Batalha Espiritual?

As porções Chukat e Balak (Números 19-25) são revelações da redenção que D’us deixou encriptadas? 

Na porção Chukat, D’us colocou códigos que revelaram osacontecimentos físicos da vinda e missão do Mashiach associado à purificação da Vaca Vermelha. Agora, em Balak, teria HaShem dado um novo código revelando o embate espiritual que aconteceriam nos nossos dias?

A maldição encomendada por Balak deveria ser proferida por palavras, sem que o povo de Israel soubesse. A palavra, é a força-poder que se apresenta no mundo espiritual, pois vemos desde Bereshit (Gênesis) tudo foi feito pela Palavra. E quanto à maldição de Bilaam, como fica o verso: “Quem forma a luz e cria as trevas, quem faz a paz e cria o mal; Eu sou o HaShem, que faço todas estas coisas". Isaias 45.7

A Porção Balak é uma das mais emblemáticas pois apresenta um dilema do mundo “espiritual”.

 Por um lado, Balak arquitetou e encomendou um profissional (Bilaam) para amaldiçoar o povo de Israel, para destruí-lo POR DENTRO, e por outro, Israel, inocentemente, vivia a sua vida sem saber o mal que seus inimigos planejavam contra ele.

Contudo, após construir sete altares, e três tentativas frustradas para amaldiçoar, Bilaam aparece entre os moabitas (Bamidbar (Nu) 24:15-19), para destruir Israel, POR DENTRO, agora de forma visível e consciente. 

A batalha contra Amom e Moabe que se relata no texto, à primeira vista, se apresenta como um mero conflito militar, entretanto esconde uma profunda alegoria sobre o dilema ou luta espiritual entre aqueles que se submetem a D’us e Seus mandamentos (Torá), e os que se rebelam contra Ele e Seus ensinamentos.

Mas por que o dilema ou luta espiritual seria a revelação do segredo implícito nessa batalha descrita em Balak?

Essa batalha seria uma revelação dos fatos que aconteceria nos nossos dias. o evento de Amom e Moabe, povos inimigos de Israel na época, hoje não mais existem como identidade étnica ou nacional, cultural ou religiosa, tendo sido assimilados em grande parte pelo mundo árabe seus valores e pela fé islâmica. Portanto, o fato descrito em Balak representa o fundamento do evento tema dessa porção: “a batalha espiritual”, que se travou na véspera da entrada do povo de Israel para sua terra! E hoje, se revela, essa mesma batalha, pois estamos às vésperas da chegada do Mashiach!!

Vamos por partes:

A justificativa era que Moabe, temeroso do crescente poder de Israel após a vitória sobre os reis de Zerede, Amorreus e Basã, busca amaldiçoá-lo através do profeta Bilaam, conhecido por sua capacidade de lançar maldições poderosas.

 O rei moabita Balak, movido pelo medo e pela hostilidade, busca eliminar Israel através de sortilégios, demonstrando a crença em forças sobrenaturais negativas, e disposição para recorrer a métodos antiéticos para alcançar seus objetivos.

 D’us, no entanto, intervém e transforma as maldições de Bilaam em bênçãos para Israel, demonstrando Seu poder absoluto sobre todas as coisas e Seu amor incondicional por Seu povo escolhido.

 Bilaam, inicialmente cego pelo desejo de recompensas de Balak, é compelido por D’us a proferir uma profecia que evidencia fatos futuros de Israel, em três aspectos:

 A Estrela de Jacó: A ascensão de uma estrela, frequentemente interpretada como o Messias, simboliza a esperança e a redenção futuras para Israel e para o mundo.

Conquista de Povos: A conquista de povos por Israel representa o cumprimento da promessa divina feita a Abraão de que seus descendentes se tornariam uma grande nação e abençoariam a Terra.

Domínio de Edom e Amalek: A profecia menciona a derrota de Edom e Amalek, inimigos históricos de Israel, simbolizando o triunfo da justiça sobre a maldade e a proteção divina aos seus.

Esses fatos podem ser interpretados como alegoria para compreender os “últimos dias” (a chegada do Mashiach). 

Assim, Moabe se apresenta como símbolo da rebeldia, senão vejamos:

Moabe, ao buscar amaldiçoar Israel, representa aqueles que se opõem à Torá e aos seus princípios. Sua atitude demonstra a rebeldia contra D’us e a negação de Sua autoridade, pois esse povo é  descendente de Ló, sobrinho de Avraham e conhecedor do D’us de Israel.

 Israel, por sua vez, representa aqueles que se submetem à vontade de D’us e seguem Seus mandamentos, que vivem na segurança, confiança e emuná em D’us. Sua vitória sobre Moabe simboliza o triunfo da fé sobre a rebeldia e a proteção HaShem aos que se submetem à Torá.

Desta forma, a batalha ocorrida no ano 2488 (do calendário hebraico) entre Israel e Moabe transcende o plano físico e se torna uma alegoria para compreender a luta espiritual que se trava nos nossos dias.

Essa batalha em nossos dias segue a mesma estratégia, procuram destruir  POR DENTRO, no coração de cada indivíduo, a confiança em D’us, a certeza em sua palavra e a segurança para viver com espontaneidade a Torá.  No plano coletivo, procuram destruir POR DENTRO políticas públicas e as produções acadêmicas forçando a concepção da negação dos valores e princípios da Torá e negação do próprio D’us de Israel. A rebeldia está na formaa programada e consciente dos governos atuais, de que deve-se "respeitar" a todas as religiões com a ideologia de que religiosidade e deus, não passam de criações culturais, e cada povo ou cultura pode ter o deus que criou para si, e todos têm que respeitar, com sinal e identificação de urbanidade, ideais democráticos e cultura.

Portanto, temos um sistema internacional, atuante em todas as escolas, universidades, produções artísticas (cinema, teatro, literatura) que destilam deforma descarada, valores contrários à Torá e ridicularização das práticas judaicas como arcaicas ou do velho testamento, portanto ultrapassadas e pertencentes à um grupo de fanáticos ou cegos.

Essa batalha, na verdade, evidencia instrumentos que reforçam a inclinação para o bem (yetzer tov) e a inclinação para o mal (yetzer hara), entre a fé e a descrença, entre a obediência e a rebeldia.

Essa interpretação ganha ainda mais relevância quando se considera a profecia de Yeshua sobre a negação da Torá nos últimos dias (anomia) Yeshua, judeu, rabino e fariseu, em seus ensinamentos, alertou sobre a possibilidade da negação da Torá nos últimos dias (Mt 24.12). Essa profecia coincide com a luta espiritual que aqui se destaca. Inclusive chega a dizer que ele rejeitará a todos quantos desviaram seus ouvidos da Torá, dizendo "Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que negam a Torá". Mt 7.23

 De qualquer  forma, nos tempos atuais, observa-se um crescente movimento de negação da Torá e abandono dos valores tradicionais judaicos: Homem se identifica como mulher, cachorro ou árvore, casamento é desnecessário,  família é  qualquer ajuntamento de pessoas, honestidade é relativa, justiça é para os amigos, amor é convencional, etc. 

Essa tendência pode ser vista como o cumprimento da profecia de Yeshua e um reflexo da luta espiritual entre fé e rebeldia que se intensificam nos últimos dias.

 O Talmud, oferece diversas interpretações da profecia de Bilaam em Bamidbar 24.15-19. 

     Alguns rabinos interpretam a profecia como uma descrição literal de eventos futuros, enquanto outros a veem como uma alegoria com significado mais amplo.

     Há também debates sobre a identidade da "estrela" mencionada na profecia, com alguns rabinos a interpretando como o Messias e outros como um líder militar vitorioso.

 Rashi, um dos mais importantes comentaristas da Torá, interpreta a profecia de Bilaam como uma descrição literal de eventos que ocorreriam no futuro. Rab Bachya, filósofo e cabalista medieval, oferece uma interpretação alegórica da profecia de Bilaam. Ele vê a "estrela" como um símbolo da Torá e as conquistas mencionadas na profecia como a propagação da Torá para o mundo. 

Essas opiniões gravitam em torno da mesma tese: Luta espiritual entre viver e submeter à Hashem, simbolizado pela inocência do acampamento de Israel frente a Bilaam, e a rebeldia representada pelo povos amonitas e moabitas que, mesmo sabendo do D’’us de Israel, rebelam à sua autoridade e ética. Vale relembrar que amonitas e moabitas como povo, língua, valores éticos, enfim, uma cultura identificável, não existem; seus descendentes se integraram ao mundo árabe e à fé islâmica.

A história de Bilam e dos reinos de Amom e Moabe servem de modelo das forças negativas que atuarão com grande força nos dias que antecedem a chegada do Mashiach. Estas forças compelem as pessoas a se desviar do caminho da Torá, negando-a e não praticando o estilo de vida que D’us estabeleceu na Torá.

Da mesma forma que moabitas e amonitas conheciam o D'us de Israel, todos os seres da terra conhecem esse mesmo D'us e possuem uma bíblia em sua casa, computador ou celular. Portanto, é o livre arbítrio que fará cada um optar pelo caminho estreito que leva a D'us, ou ao caminho largo fácil e de graça da religiosidade, ou ainda, da rebelião contra tudo que se identifica com D'us.

Que tenhamos forças para estar como Israel, que representa as forças positivas que nos guiam em direção à verdade, è ética da Torá. Pois, como Bilam, todos têm o livre arbítrio para escolher em seguir pelo caminho estreito, de sua Palavra, ou seguir o caminho de que a lei foi revogada abrindo um caminho para te destruir, POR DENTRO, e acabar ouvindo do Mashiach no julgamento de cada alma: "Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que negam a Torá". Mt 7.23

BH!!


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