Dois tipos de santidades? Judeus e Gentios
Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos (kadosh) serão, porque Eu, o YHWH, vosso D'us, Sou santo.
Como eu posso ser santo como Ele é santo, se sou finito, corpóreo, em mim habita o bem e o mal juntos e ainda tenho a inclinação para o mal (yetzer hará)?!
Num exemplo tosco, poderíamos sugerir algo assim: Como se Google te dissesse: responda rápido e com perfeição como eu respondo. Impossível! Não temos métrica de comparação para isto.
Como pode ser então, que possamos ser kadosh (separados) porque ele é Kadosh? Temos qualidades inatas que possibilitem esse "ser" (hayá) kadosh?
Numa análise gramatical desse período é que: "Santos sereis", o destinatário da mensagem é "vós" (sujeito implícito), e a razão subordinada adverbial causal é "porque eu, o Senhor, seu D'us, Sou santo ".
A palavra chave que me deixou pensativo é תִּהְי֑וּ (tihyu) que é traduzida como 'porque', fr porqie sou santo.
A palavra hebraica תִּהְי֑וּ (tihyu) é a segunda pessoa do plural do imperativo do verbo הָיָה (hayá), que significa "ser".
A raiz do verbo, "hayá", é composta pelas letras ה (hei), י (yod) e ה (hei). Essa raiz está associada à existência, à essência e à identidade.
Então, o tema é a natureza da santidade e o parâmetro de Hashem, e consequentemente a relação da pessoa com D'us. As implicações e desdobramentos desse relacionamento pessoal e como nação, é que se visualizará o 'ser santo' (povo judeu), como ele é santo.
Hashem apresenta-se como modelo absoluto e alvo de ser imitado.
O Tanach apresenta D'us como infinitamente santo, transcendente a qualquer impureza ou imperfeição. Sua santidade se manifesta em seus atributos eternos e imutáveis, justiça inabalável, compaixão infinita, misericórdia profunda, amor incondicional, verdade absoluta e sabedoria ilimitada.
Ao ordenar que sejamos santos "como Ele", D'us, numa aproximacao e linguagem humana, nos convida a imitar os seus atributos em nossas vidas, buscando a perfeição moral e espiritual, mesmo reconhecendo a distância incomensurável entre a santidade humana e a Sua santidade.
A santidade de D'us não se limita a um conceito abstrato, mas se manifesta na criação e na história (arqueologia).
A natureza com suas leis naturais. ordem, beleza e complexidade, é um reflexo da santidade de D'us
Por outro lado o conhecimento da Torá (ética de D'us) e a transgressão a ela, conscientemente, isto gera a quebra das leis naturais (ciclo da chuva temperatura, terremotos) a ordem e a beleza são afetadas pelas transgressões conscientes.
Lembre-se que Hashem não divide a vida em espiritual e material, estes dois aspectos são um, como a vitória e a maldição são faces da mesma moeda. Pois foi aqui:
"Não vos contamineis com nenhuma dessas coisas; porque com todas estas se contaminaram as nações que eu vos expulsaram de diante de vós.Porque a terra se contamina,e eu visitei a sua iniquidade sobre ela,ea terra vomitará os seus habitantes.Mas vós guardareis os meus estatutos e os meus juízos,e não fareis nenhuma dessas abominações. Vayikra 18:24-28:
E por que Hashem estabeleceu este padrão?
A história do povo judeu foi marcada por exílios, escravidão e libertação.
Do Egito, da escravidão à liberdade, foi o início da geulá da humanidade, porque nasceu a nação de onde sairia o Mashiach.
A revelação da Torá no Sinai e a aliança de D'us com o povo de Israel, revela a santidade, bondade (hessed) em ação, de Hashem, tanto cumprindo sua palavra dada a Avraham quanto de seu plano de redenção de todas as coisas depois do erro de Adam.
De alguma forma pode-se ver o padrão de transgressão consciente, expulsão e, se há arrependimento e teshuvá, restauração de todas as coisas. As 7 nações foram expulsas de Canaã, e D'us disse ao seu povo que ia entrar nessa terra, que se procedessem da mesma forma a terra os expulsaria. Portanto, há ligação entre transgressões conscientes da Torá e eventos naturais.
Mas como ser santo equiparando-de à santidade de D'us?
Chazal ensina que existem sete tipos de equiparação ao "tehiu:"(ser), para ser como Ele é!
Ser Kadosh como ele é, não significa que possamos alcançar a santidade dEle em sua plenitude. Ao invés disso, representa sete tipos de equiparação que definem a santidade humana à luz da santidade de D'us, guiando-nos em nosso caminho de kedushá.
Uma delas seria separar-se do mal e buscar o bem, assim como Deus é separado do mal e da iniquidade, devemos guardar as ações pecaminosas e seguir os preceitos da Torá, que nos guiam para uma vida justa e ética.
Outra, Chazal diz que devemos ir com justiça e imparcialidade. D'us é a justiça, e devemos buscar a justiça em nossas relações com os outros ( personificar D'us, na sua justiça) , tratando a todos com respeito, dignidade e equidade, independentemente de sua origem ou status social.
Como Hashem é misericordioso (hessed) e compassivo, devemos imitar essas qualidades em nossas relações sociais oferecendo ajuda aos necessitados (tzedaká), perdoando os que nos ofendem, e demonstrando empatia pelo sofrimento alheio.
No verso 18 manda-nos amar o próximo como a nós mesmos! D'us é fonte do amor incondicional, e devemos amar ao próximo como a nós mesmos, estendendo nosso amor a todos os seres humanos, buscando o benefício do outro, sem distinção ou discriminação.
Outro caminho apontado por Chazal e de manter a verdade e a honestidade. D,'us é fonte da verdade absoluta, e devemos ser honestos e íntegros em nossas palavras e ações, cultivando a sinceridade, a transparência em nossas relações.
Devemos, como é alertado em Kedoshim santificar a vida sexual e preservar a santidade da família. Deus distribui leis para a vida sexual, e devemos respeitá-las para manter a santidade em nossa intimidade, preservando a pureza familiar e construindo relacionamentos baseados no amor, no respeito e na fidelidade.
Santificarmos no o shabat, que é um dia sagrado dedicado a Deus, e recomendamos santificá-lo através do descanso físico, da abstenção de trabalho manual e da conexão espiritual com Deus através da oração, do estudo da Torá e da meditação.
No Tratado Avot 3:14 reforça aprofundando a reflexão sobre a relação entre a santidade de D'us e a condição humana. Ao dizer "nos separamos das nações e de seus costumes", o Talmud alerta para transcender os valores e práticas do mundo secular que nos cercam e buscar a santidade através da compreensão dos ensinamentos da Torá.
Essa separação do profano não se trata de isolamento ou alienação, mas sim de uma transformação interior profunda. Ao nos separarmos dos costumes e das influências contrarias da Torá do mundo exterior, abrimos espaço para que a luz da santidade de Deus penetre em nossos corações e guie nossas ações.
A santidade proposta por D’us é para que nós, com olhos fixos na alta elevação que representa os atributos de D'us, possamos almejar e trabalhar as nossas vidas para essa elevação.
Contudo, isto foi proposto para os descendentes do pacto de Avraham, pois esta santidade foi ordenada aos filhos de Israel a saber aqueles de descendência direta de Abraão, pois Ele disse: "Fala a toda a congregação dos filhos de Israel", sede santos porque Eu Hashem, sou santo. Para o povo judeu ser kadosh é uma ordem e não uma prerrogativa a se aderir. Pois deixamos de ser escravos do Egito para ser ve4vos de Hashem!!!
E o estrangeiro (gentio) pode ser santo? Clique aqui e veja.
O que quer dizer "toda congregação" lembrando que tem duas palavras pata congregação, a mais comum kehilá e a aqui, aempregada foi adat, que muda completamente a ideia. .
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