Da Oralidade ao Escrito: Conhecimento da Torá como Padrão de Justiça
Uma reflexão exploratória.
Quais paralelos podemos verificar entre as oportunidades que D'us apresenta ao povo judeu, e a cada pessoa (alma) e para as nações?
Esta é uma reflexão que surgiu fruto da explanação de um paralelo entre as porções Kedoshim (consagrados) e Emor (fala), em que, a primeira, diz sobre o processo de santificação exclusiva para o povo judeu, e a segunda, fala sobre o processo de santificação exclusivamente para os kohanim (sacerdotes), que é mais rigorosa que para todos os demais judeus e por fim, a santificação do kohen gadol (sumo sacerdote) que é ainda mais rigorosa em relação aos demais sacerdotes. E de todos estes da casa de Israel, comparando com o nível de santidade dos demais povos (leis noéticas) que envolv um nível de separação (santidade) básico, porém, possivel e estabelecido por Hashem.
A Torá, o guia (instrução) para a humanidade.
Vamos estabelecer duas linhas do tempo para evidenciar a bondade (hessed) e a justiça de D'us:
1° linha do tempo
Hashem criou Adan e Hava e os colocou no jardim do Éden. Deu a eles instruções da Torá. Com a transgressão deles, a partir desse dia eles passaram a transmitir oralmente a Torá para suas futuras gerações. Isto foi até ao monte Sinai, na saída do Egito, quando Hashem revelou por escrito. Em duas tábuas de pedra a Torá.
2° linha do tempo
Com a vinda do Mashiach, o servo sofredor, a Torá foi ensinada por seus discípulos para todas as localidades por onde estiveram como shaliach (emissários) cumprinso a ordem de localizar as ovelhas perdidas da casa de Israel e comunicar a boa notícia de que a redenção já começara. Contudo no ano 133 a grande catástrofe ocorre com a expulsão dos judeus de sua própria terra, a proibição de falar hebraico, de não praticar o judaísmo, a mudança do nome de reino de Judá para Palestina e de Jerusalém para Aélia Capitulina.
Logo no ano 300 surge o cristianismo, como uma nova religião que procurou se apropriar da história e promessas de D'us, seu povo, e se apresentou como o novo Israel de deus. Com isso, traduziu os rolos da Torá do grego para o latim, e divulgou pelo mundo com padres leigos (muitos analfabetos) e outros letrados e teólogos. Contudo, não havia livro nem bíblia como conhecemos hoje, mas pergaminhos.
Somente em 1450, com a descoberta da prensa para imprimir em linha 'industrial ' com Gutenberg, é que o povo em geral, passou a ter acesso a livros, bíblia própria para estudo e não mais saber da Torá e histórias bíblicas pela versão dos padres nas igrejas.
Porquanto, considerando o analfabetismo da população mundial entre ano 1 desta era até 1450, quando começa a publicação de Bíblias, e juntamente com isto a escolarização e os primeiros anos do iluminismo. Até então, o conhecimento que as pessoas tinham de Deus, de Israel, sua história, profetas e do Messias, era oral, transmitida pelos padres nas igrejas, uma vez que, alfabetização das massas estavam nos primeiros anos, a população era analfabeta e não existia livros, para os letrados, estudar.
Repercussão e padrões bíblicos de misericórdia de D'us
Na primeira linha do tempo, da expulsão dos nossos pais do paraíso em diante, o conhecimento da Torá era passado oralmente. Por isso em todas as culturas antigas existem uma história com certa semelhança da criação do mundo, Adão e Eva, dilúvio, etc., porque essas informações da Torá foram contadas por Contadores de História, que narraram para grupos, a história dos ocorridos, porém, com alteração de dados e fatos.
Assim foi, até a revelação da Torá estivesse materializada e escrita, tendo D'us advertido para não se acrescentar ou diminuir quaquer palavra da Torá. Lembre-se que a Torá está no período do início da escrita, que segundo a ciência, surgiu a 3500 anos a.c.
Portanto, até a revelação escrita da Torá, tudo que se sabia, era pela forma oral.
A TORÁ É DADA EXCLUSIVAMENTE AO POVO JUDEU
A Torá é a luz para as Israel e para as nações.
A Torá, representa um guia, instrução que foi revelada ao povo judeu, como fonte de conexão com D'us, mediante a obediência à sua Palavra, para servir de "luz para as nações" (Isaías 42:6).
Assim, a mensagem da Torá não se limita apenas ao povo judeu. Contudo, D'us deu Torá para o seu povo para servirem de sacerdotes entre as nações. Ou seja, para dar a conhecer esse D'us ao mundo.
ISRAEL é um exemplo da ação de D'us para a humanidade, pois a história do povo judeu, desde seus primórdios até os dias atuais, é marcada pela presença milagrosa e constante de D'us.
As provações, conquistas, perseguições, diásporas e retorno a terra de Israel, ao longo dos séculos servem como exemplos da ação divina no mundo, e de Seu plano de redenção. Aliás, a palavra "diáspora" vem do grego antigo, do verbo "diaspeirein", que significa "espalhar sementes", "dispersar" ou "semear". Com a diáspora das tribos perdidas e do Reino de Judá no ano 120 desta era, a semente de Avraham foi semeada por toda terra. Esta benção para as nações chamada diáspora, programa por D’us, está nas palavras do Rabino Elazar, no Tratado Megillah 17a, apresenta diz sobre a dispersão Israel:
"Rabi Elazar disse: Por que Israel foi disperso entre as nações? Para que eles façam prosélitos."
Portanto, a Torá foi dada ao povo de Israel para que se santificasse em um nível exemplar e exemplificativo para a humanidade.
Assim, o povo de Israel esteve com a Torá escrita desde o Sinai até Yeshua, com exclusividade.
De Yeshua até os dias de hoje a Torá foi ampliada para todos os que quiserem abraçar a aliança de D'us, como foi dito:
E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao SENHOR, para o servirem, e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o shabatot não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, todos estes trarei ao meu santo monte e eles darei alegria na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão igualmente aceitos em meu altar; porquanto a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. Is. 56
A mensagem de Isaías 56:6-7 é um convite à à inclusão, Hashem abre seus braços para todos que desejam se unir a ele, independentemente de sua origem ou cultura.
Com o acesso a Torá, após a invenção da imprensa, a tradição oral católica entrou em crise e seus valores e interpretação da bíblia foram questionados e teve início a reforma protestante com a máxima; "solo escritura". E logo veio o período de iluminismo e a sociedade avançou como nunca, em todos os sentidos.
A Torá, como uma luz para as nações, ofereceu princípios que foram aplicados na legislação dos países ocidentais que passaram a ser considerados países com herança cultural judaico-cristāo.
Pontuando as duas linhas do tempo temos:
Observe que na 1° linha do tempo, desde sua transmissão oral a Adão e Eva até sua ampla disseminação através da imprensa, a Torá se destaca como um farol de princípios éticos e sabedoria.
Linha do Tempo 1: Israel e a Torá Oral (Antes do Sinai)
Início da Revelação: A Torá oral tem sua origem na sabedoria divina concedida a Adão e Eva, transmitida oralmente por gerações, preservando a lei de D'us e moldando a fé do povo judeu. ([Gênesis 1:26-28]). Como diz Talmud Bavli, Shabbat 88a: A Torá foi dada a Moisés no Sinai, mas foi ensinada a Adão e Eva no Jardim do Éden.
Monte Sinai: Em um evento crucial, Deus revela a Torá escrita no Monte Sinai, gravada em pedras e entregue a Moisés. ([Êxodo 19:16-20]) Com isso a mensagem de D'us era direta e compreensível.
Povo Escolhido: Israel assume a responsabilidade de preservar e seguir a Torá, tornando-se "uma luz para as nações" (Isaías 42:6). A Torá se torna a base da identidade judaica e da vida social, cultural e religiosa. ([Deuteronômio 7:6])
Linha do Tempo 2: Humanidade e a Torá Escrita a destruição do templo.
Conforme dito acima após a destruição do templo e a criação do cristianismo a população mundial tomou conhecimento das histórias bíblicas exclusivamente pela tradição oral, ou seja, pela boca dos padres nas igrejas.
Apenas com a invenção da imprensa em 1450 marca um ponto de inflexão na história da Torá. A impressão da Bíblia, contendo a Torá, torna a lei divina acessível a um público mais amplo pela primeira vez, permitindo que pessoas de diferentes culturas e origens se beneficiem de seus ensinamentos. ([Salmos 119:105]). A Bíblia, assim, se torna um best-seller, traduzida para vários idiomas, permitindo que gentios se santifiquem com seus ensinamentos. Israel, mesmo disperso, continua a servir como modelo, parâmetro para o mundo. ([Isaías 51:4-5])
Assim, há um paralelo entre o conhecimento oral e depois escrito para o povo de D'us e a humanidade em geral:
Povo de Israel, desde Adão até a Sinai, tinham conhecimento pela tradição otal e depois do Sinai em diante, escrita.
Humanidade, teve conhecimento da Torá pela tradição oral do ano 200 até 1450 quando com a invenção da imprensa a escalada de conhecimento da Torá foi escalada potencialmente, passando daí em diante a ter conhecimento pela escrita.
Connforme Zohar, pela tradição mística judaica, oferece interpretações simbólicas e esotéricas da relação entre o Messias e os sacrifícios. O Zohar vê no Messias um canal divino através do qual a redenção final se manifesta, expiando os pecados do mundo e restaurando a harmonia universal.
Números interessantes:
2448 anos …...... De Adão até a revelação da Torá no Sinai. Anos sem Torá tradição oral
1.312 anos ........ Do Sinai até nascimento do Mashiach anos com Torá escrita só para judeus
1.317 anos ......... Da destruição do templo até a invenção da imprensa gráfica. Divulgação da Torá para o mundo.
574 anos ...... Da invenção da imprensa até 2024, com a Torá divulgada por livro, PDF, redes sociais áudios e braile.
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