Fim do Exílio das Tribos Perdidas
O tema que vamos ponderar surge de questões intrigantes que, por falta de dados estatisticos nao se pode mensurar de forma categórica, porém, enquanto a estatística fica muda, os fatos gritam pelas ruas.
Nosso foco de pesquisa está com os olhos postos do judaísmo ortodoxo, mazorti e nas linha do chabad, e pela fala dos rabinos dessas linhas, é inegável o crescimento exponencial do interesse pelo judaísmo.
Nos últimos anos houve uma busca frenética por ancestralidade, das origens da fé e busca pelo significado da atração pela fé judaica.
O que está atraindo tantas pessoas ao judaísmo? Por que se identificavam com a tradição judaica, quem sempre se viu cristão? Por que do nada, parece que a alma grita dentro do peito e a pessoa é impulsionada ao caminho do judaísmo?
No centro desse despertar, por óbvio tem dois grupos distintos:
Pessoas que assistem ou leem shiurim, aulas, cursos e estudos online, um número crescente de indivíduos se aprofunda no conhecimento da religião, cultura e história judaicas. Essa busca intelectual, muitas vezes impulsionada por uma curiosidade genuína ou não (esgotamento/crise do sistema cristão) os leva a explorar os fundamentos/ crise do judaísmo e a questionar suas próprias crenças.
Pessoas que inusitadamente começaram a buscar o judaísmo: Em um processo mais intuitivo e pessoal, indivíduos de diferentes origens e trajetórias de vida sentem um chamado inexplicável pelo judaísmo. Essa atração, muitas vezes descrita como um "despertar da alma", os leva a buscar conexão com a fé e as práticas judaicas, buscando respostas para questões existenciais e um senso de pertencimento.
Esse movimento de redescoberta judaica se manifesta de diversas maneiras:
Surgimento e crescimento de sinagogas e centros judaicos: Em todo o mundo, novas comunidades judaicas florescem, impulsionadas pelo interesse crescente de pessoas em aprender e praticar o judaísmo. Essas comunidades oferecem uma alternativa para conexão, o estudo e a celebração da fé judaica. Nessa trajetória, por falta de estrutura ou sensibilidade da rigidez ortodoxa para lidar com esse avalanche inusitado, os que são despertados e como não tem 'pastor' para esse rebanho, acaba por se constituir, a maioria das vezes e não por oportunismo, rabinos de si mesmos, isto está evidenciado no artigo Ontem era Pastor e Hoje, Rabino.
A proliferação de recursos online e offline (sites livros, podcasts, vídeos e cursos online) se tornam boias salva-vidas para aqueles que desejam explorar o judaísmo, porém num turbilhão incontrolado de informações digitais.
Assim, como em terra de cego quem tem olho é rei, a falta de atenção ortodoxa em desencastelar-se para ouvir, nem que fosse por diálogo inter-religioso, há um crescimento inegável das sinagogas messiânicas muitas destas combinam elementos da fé judaica com crenças cristãs e atraem um público específico em busca de uma conexão espiritual com o judaísmo, caminhando em sua 'teologia' no processo de erro e acerto, na depuração e transição de uma mente cristã para a judaica, insisto, por falta de orientação de rabinos ortodoxos.
Essas comunidades oferecem uma mescla de entendimentos judaicos com cristãos, fazendo uma ponte entre diferentes tradições e perspectivas, proporcionando um espaço para um judaísmo polissêmico.
Busquei estatísticas sobre o crescimento de sinagogas pelo mundo, mas não encontrei nada substancial, apenas Chabad diz que o crescimento de sinagogas deles tem ocorrido mais fortemente e que em 2020 já eram de 15.000 no mundo.
Nós creditamos esse crescimento do interesse pelo judaísmo como um despertar, em que alma tivesse ouvido a voz de seu pastor (Hashem), ou que essas pessoas tiveram as suas almas provocadas, pois se os ortodoxos na falarem, as 'pedras digitais' proclamarão o judaísmo, aos que estão a buscar este caminho de reconexão com D'us.
POR QUE O EXÍLIO BABILÔNICO DE JUDÁ (70 ANOS) FOI EXATO, E O, DAS TRIBOS PERDIDAS, NÃO?
Saliento que, esta é uma tentativa de explicação com base na Torá, profetas e Talmud, assim, para não ser prolixo, vamos direto ao tema.
O tempo de exílio das 10 tribos do norte, chamada Reino de Israel ou Efraenitas, contrapondo-se ao Reino de Judá (ao sul), não é claramente especificado com um período de tempo literal nos textos talmúdicos.
Na tradição profética judaica, especialmente em livros como Isaías, Jeremias e Ezequiel, há uma discussão sobre o exílio (Galut) do povo judeu, principalmente em relação aos grandes exílios históricos.
O exílio do Reino de Judá foi de 70 anos conforme revelado:
Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Jeremias 29:10
E assim ocorreu, 70 anos.
Já o exílio do Reino do Norte de Israel, que começou em 722 AEC (Antes da Era Comum), com a conquista pelo Império Assírio, s consequência deste evento foi o exílio das Dez Tribos de Israel, que foram levadas para longe de sua terra natal e dispersas pelas várias províncias do vasto império assírio (Tratado Sanhedrin (110b), Tratado Gittin (7b), Tratado Ketubot (112b) e Tratado Yevamot (16b).
Acredita-se que a maior parte destas dez tribos perdeu sua identidade ao longo das gerações devido à assimilação nos vários povos entre os quais foram espalhadas (fato semelhante ao ocorrido com os cristãos-novos que vieram para o Brasil). Estas tribos ficaram conhecidas como as "tribos perdidas" de Israel.
Quantos anos de exílio foram destinados às 10 tribos?
Porque eu já te tenho fixado os anos da sua iniquidade, conforme o número dos dias, trezentos e noventa dias; e levarás a iniquidade da casa de Israel. Ezequiel 4:5
Se são 390 anos e a dispersão ocorreu em 720, as tribos deveriam ter retornadas em 330 AEC! PORÉM NÃO RETORNARAM.
O que justificaria esse aparente descumprimento da profecia?
Ocorre que os Efraenitas (10 tribos) desviaram-se completamente da Torá, e Hashem havia dito:
Vayikra 26:21 E se andardes contrariamente para comigo, e não me quiserdes ouvir, trar-vos-ei pragas sete vezes mais, conforme os vossos pecados.
Portanto, para calcular o período de exílio do Reino de Israel, podemos combinar as profecias de Ezequiel e Levítico, utilizando a multiplicação por sete como símbolo de intensificação da punição divina em tempos de grande iniquidade.
Referências do Cálculo:
- Anos de Exílio Segundo Ezequiel: A profecia de Ezequiel em Ezequiel 4:5 indica um período de exílio de 390 anos para o Reino de Israel.
- Multiplicação por Sete: De acordo com Levítico 26:18, 21, 28, Deus promete multiplicar o castigo por sete quando a iniquidade for grande.
- Aplicação à Profecia de Ezequiel: Assumindo que o princípio da multiplicação por sete também se aplica ao Reino de Israel, multiplicamos os 390 anos de exílio por 7:
390 anos (exílio de Israel) * 7 (multiplicação por iniquidade) = 2730 anos
- Adição do Ano da Dispersão: Para chegar ao período total de exílio, precisamos adicionar o ano em que o Reino de Israel foi disperso. A data precisa da dispersão é incerta e varia de acordo com diferentes fontes históricas e interpretações.
Datas de Dispersão:
- 722 a.C.: Queda de Samaria, capital do Reino de Israel, para os assírios.
- 717 a.C.: De acordo com algumas fontes, o exílio das dez tribos do norte de Israel teria se iniciado em 717 a.C., cinco anos após a queda de Samaria.
Cálculos segundo uma e outra data:
- Usando 722 a.C. como ano da dispersão: 2730 anos (exílio multiplicado) - 722 a.C. (ano da dispersão) = ano 2008 (séc. XXI)
- Usando 717 a.C. como ano da dispersão: 2730 anos (exílio multiplicado) - 717 a.C. (ano da dispersão) = 2013 (séc. XXI).
Eu acredito que as redes sociais ajudou a despertar muito esse interesse de conhecer melhor.
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