Cordeiro Pascoal ou Bode Expiatório: A Verdadeira Face do Mashiach
Entendendo Yeshua como o Cordeiro de Pessach e não como o bode Expiatório de Yom Kipur
Esta reflexão procura lançar luz sobre alguns pontos nebulosos e revelar as linhas delineadoras da festa da redenção (pessach), através de uma análise aprofundada entre a razão, função e simbolismo do cordeiro pascal do Êxodo, e os mesmos parâmetros sobre Yeshua, como Mashiach(Messias) para a segunda e definitiva redenção.
Yeshua é um personagem controverso no judaísmo, passando por linhas que nem citam o seu nome, usando uma apodo para se referir a ele, passando por outras, que relativisam a sua vida e obra, reconhecendo como um judeu observante da fé judaica e zeloso do judaísmo a linhas autônomas, como o judaísmo nazareno, e a messiânica, que esta ainda a construir uma identidade filosófica, sendo atualmente uma mescla de judaísmo e cristianismo.
Nos 70 últimos anos do segundo do Bei Hamikdash (2° templo em Jerusalém) existiam várias linhas filosóficas, alguns dizem eram 23 escolas de pensamento. Mas, as mais famosas por grau de importância eram: Fariseus, Saduceus, Essênios, Zelotes, Sicários, Boethusians e Nazarenos. Contudo, na literatura judaica, além dessas linhas filosóficas, existiam, ainda, indivíduos e grupos que tinham as suas próprias interpretações da Torá e práticas religiosas, muito natural, pois ainda hoje se diz: "onde há dois rabinos, temos três opiniões".
Após a destruição do Segundo Templo, a linha dos Fariseus foi a que mais prevaleceu, levando ao desenvolvimento do judaísmo rabínico. Deste grupo, nasce o judaísmo nazareno que teve o seu principal pensador o Rabino Fariseu Shaul de Tarso.
Com a expulsão dos judeus ds sua própria terra, a mudança do nome de Israel e de Jerusalém para Palestina e Aélia Capitulina, e o surgimento do cristianismo, uma religião sincrética que mesclou em sua teologia mitráica, judaísmo e adaptou à filosofia grega religiosa com o seu panteão de deuses. Essa nova religião passou a ser religião do Estado Romano, impondo a sua teologia em todo seu Império, e com isso ressignificou toda a filosofia judaica para uma teologia cristã, que lhe negava a existência e procurou substituir a sua vida. Se fosse filme, esse dublê (cristianismo) que tentou representar o personagem (judaísmo) foi tão desastroso como a pintora que tentou recuperar uma obra de arte em Espanha. Veja:
O mesmo sucesso desta obra foi alcançado pelo cristianismo, na tentativa de reinterpretar o judaísmo.
A CONFUSÃO SIMBÓLICA DE PESSACH COM YOM KIPUR
A fonte da confusão esta na interpretação dada pelo cristianismo sobre a Páscoa.
Páscoa ou Pessach é uma das festas instituídas por D’us que instruiu o que comer, onde, como celebrar, e ainda deu um 'rito' com o momento para essa celebração. Palavra de D'us registrada em Êxodo, Levítico e Deuteronômio:
"Disse o Eterno a Moshé...
No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis.
No mês segundo, no dia catorze à tarde, a celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão"
Estatuto perpétuo por vossas gerações. Nu 9.
Contudo, o cristianismo alterou todos esses elementos, inclusive a razão de ser da festa, senão vejamos:
Páscoa Cristã: Celebra a ressurreição de Jesus Cristo após sua crucificação. Ele é cordeiro pascal. A simbologia da sua nova festa é uma tumba aberta, cruz vazia, ovo de páscoa e o coelho, sendo o coelho e o ovo, os símbolos mais utilizados nas últimas décadas.
A data da festa é determinada pelo Vaticano, a cada ano numa data diferente. A Páscoa cai sempre no domingo, e estende-se por 50 dias. Por este motivo que raramente a data da Páscoa bíblica, coincide com a Páscoa cristã.
A supervalorização da morte e ressurreição de Jesus, tem razões certas e estratégicas: com isso ele ganhou 100% do protagonismo na festa, pois com a sua ressurreição trouxe salvação para o mundo, e a história da saída do povo hebreu do Egito, ficou pequena e sem cabimento, pois a ressurreição é mais importante que relembrar a saida de Israel do Egito; por outro lado, como a teologia diz que a igreja substituiu Israel (teologia da substituição) não há razão para celebrar uma festa que lembra a saída de escravos do Egito, em detrimento da motivação da páscoa cristã, que trouxe salvação para toda a humanidade!
Com a Páscoa cristã, Jesus foi alçado à condição do bode expiatório que tirou o pecado do mundo, e assim, acabaram por criar, pintar uma nova festa (com o mesmo sucesso da restauradora espanhola) em que mesclam duas festas biblicas: pessach (saída do Egito) com Yom Kipur (dia do perdão), duas festas bíblicas, que diga-se rapidamente, possuem significado, propósito e agenda profética, distintas.
Com essa adulteração das Sagradas Escrituras, todos que entram no processo de purificação da sua mente, têm muito trabalho para desconstruir um volume imenso de entulho teológico cristão, para poder recuperar o sentido próprio e inalterável das festas que D'us disse que eram eternas, cujas formas de celebração, Ele mesmo instituiu para seu povo, e também para "o estrangeiro" que a quer celebrar.
Vamos analisar e aprofundar a razão, função e simbolismo do cordeiro pascal do Êxodo, e os mesmos parâmetros sobre Yeshua, como Mashiach, para a segunda e definitiva redenção.
Inicialmente cabe fixar as bases da análise, a saber:
Que messias prometido é esse na Torá e profetas?
Que ligação há entre Pessach e a era messiânica nos aspectos simbólicos e filosóficos judaicos?
Por que o Mashiach não veio para a salvação do mundo? (Veja aqui o que é 'cordeiro que tira o pecado do mundo)
O que diz o Talmud sobre pessach e o Messias e a expiação?
Isso é o que analisaremos em O Messias prometido na Tora, clique aqui.
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