Não existe oferta nem sacrifício a D'us

 



A palavra hebraica zebach (זֶבַח) possui uma etimologia e significado, carregando nuances ligada a experiência especifica e esecializada do povo de Israel, a lingua hebraica como é conhecida lashon kodesh (lingua sagrada) e se aprofunda ao longo da sua história.

Para evidenciar estas características, vamos analisar sua origem, história e evolução da palavra zebach se a melhor tradução seria imolar  ou sacrificar como é a palavra escolhida e mais utilizada na Bíblia para todas as línguas no mundo.


Origem e Significado de zebach (זבח)

A raiz zebach (זבח) deriva do proto-semítico, que significa matar, abater e imolar um animal.

Na tradução do hebraico bíblico, zebach assume o significado, até onde levantamos, exclusivamente, "imolação de animal"!

O verbo zabach (זָבַח) significa "abater" ou "imolar" um animal para fins de cumprimento da Torá.

Na Bíblia, zebach se expande para além do ato físico de matar um animal, assumindo conotações de: serviço de aproximação a Deus. Inclusive em muitos 'versículos' a palavra korban é traduzido como oferta. No judaísmo é basico que tudo pertence a Hashem, portanto ninguém oferece nada, até mesmo porque D'us nao precisa de nada. 

Assim, quabdo se usa a palavra 'oferta', traz a carga emocional e informacional de ato de adoração e comunhão com D'us, como símbolo de entrega e compromisso com a fé, mesclando conceitos verdadeiros com palavras que induz a teologia estranha à filosofia judaica.


Tipos de Zebach na Torá:

Olah: tipo serviço em que o korban e complamente queimado, apresentado voluntariamente pela pessoa à Deus como ato público de arrependimento e submissão ao processo de perdão (materialização da chessed -bondade de Hashem).

Shelamim: tipo de serviço de comunhão, shalom, partilhado entre D'us, o kohen e as partes implicadas.

Chatat: Tipo de serviço para perdão e purificação à transgressão a Torá. 

Asham: tipo, que busca a reparação por transgressões contra D'us ou o próximo.


O Talmud dedica grande atenção às leis e práticas relacionadas ao zebach, detalhando os tipos de animais permitidos, os procedimentos rituais e as diferentes categorias de korban (animal ou cerial).

 O zebach era um elemento central da vida judaica no deserto e no período do Templo de Jerusalém.

Com a destruição do Templo em 70 d.C., a prática do zebach ficou impossibilitado, mas todos os anos é cuidadosamente estudado nas porções semanis da Torá.

Analse da palavra sacrifício: etimologia e repercussão cultural e religiosa na cultura mundial (não-judaica).

A palavra "sacrifício" possui etimologia que remonta ao latim antigo, carregando em si toda carga da experiência cultural e religiosa de povo itálico. O latim, é uma língua indo-europeia, que originou-se no centro da Itália, na região do Lácio, por volta do século VIII a.C. 

A palavra sacrifício deriva do latim "sacrificium", que por sua vez se origina de duas raízes: "sacra" que significa "sagrado", "consagrado aos deuses" ou "dedicado a um culto religioso"; e "facere", que significa "fazer", "realizar" ou "executar".

Portanto, "sacrificium" assume o significado principal de "ação de oferecer algo sagrado aos deuses", geralmente envolvendo o sacrifício de animais ou outros objetos de valor. O objetivo do "sacrificium" era apaziguar os deuses, obter seus favores, agradecer por bençãos ou expiar pecados.

Como o latim era a língua sagrada do Império romano com seu panteão de deuses e seua sacriticios e ofertas, passou-se a trasuzir do hebraico na forma de equivalência, vale dizer, dando o significado da sua cultura, religiosidade e obra, do que se observava na cultura e textos hebraicos. 

Assim, o sacrifício de animais e seus ritos que eram práticados em diversas religiões antigas, como a romana, a grega passou a ser o óculos de interpretação, etiquetação daquilo que viam na culturabe religiosidade judaica.

Registros antigos que evidenciam o caráter de sacrifício que destoa da prática e filosofia judaica.

O registro mais antigo da palavra "sacrifício" em latim data do século VII a.C., encontrado em inscrições arcaicas e fragmentos literários. O contexto religioso em que a palavra aparece está intimamente ligado à prática de oferendas rituais aos deuses romanos, como suovetaurilia.

Outra evidência são as "Leis das Doze Tábuas": Compilação de leis romanas do século V a.C., que inclui referências a "sacrifícios" como parte de rituais religiosos e obrigações legais; também  as "Poesia Latina Arcaica", que são os fragmentos de poemas latinos do século VI a.C. mencionam "sacrifícios" como forma de apaziguar os deuses e obter seus favores.


Portanto, toda carga cultural do paganismo esta impregnada no sentido das palavras "oferta", "sacrifício", "sacerdote", etc.

A título de conclusão, cortejando as duas ideias pode-se dizer que o registro mais antigo da palavra "sacrifício" em latim nos leva à Roma Antiga, onde a prática de oferecerendas rituais aos deuses, era fundamental para a vida religiosa.

Por outro lado, a palavra zebach possui uma etimologia precisa, refletindo sua importância na cultura e religião judaica. Seu significado transcende o ato físico de matar um animal, assumindo conotações de adoração, entrega, expiação e compromisso com a fé. 

A compreensão de zebach se aprofunda ao analisarmos seus diferentes usos na Bíblia, no Talmud e na tradição judaica, revelando propósitos e objetivos que trazem a ética de D’us descrita na Torá, envolvendo profundo entendimento do ato que se realiza, gerando transformação de vida e melhor conexão com D'us, através da imolação que Ele mesmo estruturou para o nosso bem.

BH!!

 

Comentários

Postagens mais visitadas