Perseguição do faraó (Êxodo) e de Portugal em 1496, na mesma data?

 

A expulsão dos judeus de Portugal foi um evento trágico na história do povo de Israel. O rei de Portugal, D. Manuel I, assinou o Édito de Expulsão, que ordenava que todos os judeus do reino fossem expulsos, isto se deu em 23 de dezembro de 1496. Nessa data, a porção semanal que se estudava, e ainda hoje estuda, em todo mundo judaico era Shemot (Êxodo), que narra a perseguição do faraó, infligindo dura servidão ao povo de Israel.

Será coincidência o estudo dessa passagem, que retrata a perseguição do faraó, ser na mesma data do édito da perseguição portuguesa?

A expulsão portuguesa na mesma semana que se estudava a porção Shemot, não é coincidência, é uma prova que D’us desde a época dos egípcios segue se comunicando, por sua Torá, com seu povo, Israel. Essa data de expulsão possui um simbolismo profundo e significativo que traremos alguns aspectos, aqui.

Hashem, o Eterno, continua a falar com os judeus através das porções semanais da Torá. Essas porções, conhecidas como Parashiot, são lidas e estudadas semanalmente nas sinagogas ao redor do mundo, desde o período do profeta Esdras.

É INCRÍVEL as ‘coincidências’ que em termos de probabilidade matemática, seria impossível a ocorrência do fato, contudo, algumas dessas porções ‘coincidem’ com aspectos históricos vivenciados pelo povo de Israel. Um exemplo disso é esta perseguição e expulsão portuguesa de 1496, que pode ser relacionada ao estudo da porção Shemot, unindo os fatos históricos das duas perseguições, gerando a saída dos dois locais, Portugal e Egito.

Outro exemplo é a data da deliberação da ONU para a criação do Estado de Israel, que pode ser relacionada à porção Vayishlach. Nessa porção, narra a conciliação entre Jacó (Israel) e Esaú(mundo ocidental), o primeiro verso após a porção Vayishlach, diz: “Habitou Jacó na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã”, ou seja, tomou posse definitivamente da terra e de seu legado na promessa que D’us havia feito a Avraham.

Ainda outro, este é incrível, ainda sobre a criação do estado de Israel: O povo judeu, que é filho de Avraham recebeu seu território, depois da decisão da ONU em 1948 do calendário gregoriano. Ocorre que desde Adão e Eva, até o nascimento de Avraham, são 1948 anos, u seja, pelo calendário hebraico Avraham nasceu em 1948 e o estado de Israel nasceu em 1948. Me diga como pode a Torá escrita na idade do bronse, revelar estes fatos?! Não para aí, a passagem em que diz que D’us trará o seu povo do exílio para Israel é exatamente o ano em que Israel volta para sua terra, após a deliberação da ONU. Veja:

O verso que diz do retorno do exílio é este:
 "E o Senhor teu Deus te trará (do exílio) à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e você fará bem, e você multiplicará mais do que a seus pais." Isto está em Deuteronômio 30.5. Se somar todos os versos desde Gênesis 1, verso a verso de todos os capítulos, acrescentando os versos de Êxodo, Números até este, Deuteronômio 30.5, soma-se 5708. Pelo mesmo calendário hebraico em que Avraham nasce em 1948, no outono do ano 5708, se dá a criação de Israel, ou seja, o número de versos até a promessa de retorno do exílio e o ano de retorno a terra de Israel, ano 5708 (1948 do calendário gregoriano).

Esses exemplos demonstram como as porções semanais da Torá continuam a falar com o povo judeu ao longo da história. Elas não oferecem apenas orientação espiritual, consolo e inspiração. A Torá é viva e é a fonte de comunicação com seu povo eternamente.

Na semana do ato terrorista do Hamas, o salmo que se lia era o salmo 27, e ele trazia esta revelação: Que no local que está no verso 2, Re'in (local onde ocorria a música heavy) “malévolos me atacam e me pretendem destruir” e no verso 3 desfecham uma guerra; inclusive a época que ocorreria, na festa das cabanas (Sukot), e por fim diz dos inimigos que caluniam e trilham as sendas da violência, que é a palavra Hamás em hebraico, o mesmo nome da organização terrorista.

Voltando ao tema, é importante entender que a história do Êxodo é central para a identidade judaica. Ela representa a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito e sua subsequente jornada em direção à Terra Prometida.

Num rápido paralelo entre a perseguição do faraó e a portuguesa temos:

Nas duas, politicamente, tanto o faraó quanto D. Sebastião exerciam poder absoluto (reis) sobre seus respectivos territórios.

O faraó, temendo o crescimento dos hebreus, decidiu escravizá-los e persegui-los. Da mesma forma, D. Sebastião, influenciado pela Inquisição Cristã e pressões políticas, promulgou um édito de expulsão dos judeus de Portugal, forçando-os a deixar o país.

Etnicamente, tanto os hebreus no Egito quanto os judeus em Portugal eram uma minoria étnica e religiosa. Eles enfrentaram discriminação e perseguição por causa de sua identidade judaica.

Religiosamente, o Egito, politeísta, tinham deuses criadores de mundos, tinham características humanas, como deuses que geravam deuses, eles possuía hierarquia entre si, inclusive o faraó era um deus. Os judeus, criam em um único Dus, que criou os seus e a terra, que não tinha forma, e que o povo de Israel era seu filho primogênito.

Portugal, instigado pela inquisição cristã, persegue religiosamente por crime de judaísmo aos judeus. Para ficar em Portugal deveriam ser cristãos, doutra forma seriam degredados ou mortos. A teologia cristã da substituição, também conhecida como supersessionismo, é uma interpretação na qual o deus dos cristãos rejeitou ao povo de Israel e em seu lugar elegeu um outro povo: a igreja. Os judeus acusados de deicídio (mataram a Jesus) e foram condenados a viverem errantes pelo mundo. Roma passou a ser o centro, em lugar de Jerusalém, e o cristianismo substitui o judaísmo (herege). Daí a perseguição pelo crime qualificado de judaísmo.

A repercussão do Édito de Expulsão foi grande, tanto entre os judeus quanto entre os portugueses. Os judeus foram forçados a deixar suas casas, seus negócios e suas propriedades. Muitos deles foram para Marrocos, Turquia, e para américa, conhecidos como cristãos-novos que no Brasil de 1600 de cada 5 pessoas, 3 eram cristãos-novos.

Para concluir, estes ‘fatos-coincidências’ para o povo judeu é comunicação direta que geram mais firmeza e amor a D’us, independente se tem aparência de ‘castigo’ ou não. Ele está a guiar seu povo desde a saída do Egito e continuará até a chegada da redenção com o Rei Mashiach (o Messias).

Para as demais pessoas que não são judeus, esses ‘fatos-coincidências’ são uma chamada de atenção para que se convertam ao Deus de Israele torne-se filhos dEle, pois ele fez uma promessa aos estrangeiros que segue em vigor:

Isaías 56: 6 "Aos estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o shabat(sexta/sábado), não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte”.

Nos escritos nazarenos, os que se convertiam eram incorporados ao povo de Deus, afinal, há um só D’us, um só Mashiach, um só povo, assim diz o texto aos estrangeiros:

“Portanto, lembrem-se de que vocês, por outro tempo, eram gentios (...) ¹² separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. (...) ¹⁹ Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus (Efésios 2). Estes estrangeiros foram enxertados em Israel e passaram a viver a Torá, na forma judaica.

Aproveite a oportunidade para aproximar de D’us, não de alguma religião. Conte conosco.

BH

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