Profecia e Milagre: nascimento do Estado de Israel



No Talmud, é discutido que houve dois começos em Bereshit (Gênesis). O primeiro começo é feito no versículo inicial, "No princípio, D'us criou os céus e a terra" (Gênesis 1:1), que se refere à criação do princípio e de toda a humanidade e o mundo. O segundo começo é indicado no versículo 4, "Este é o relato da geração dos céus e da terra quando foram criados" (Gênesis 2:4), que se refere à criação específica do homem e da mulher.

A Torá diz e o Talmud discute que houve dois conjuntos de tábuas da Lei. O primeiro conjunto foi dado a Moisés no Monte Sinai, mas foi quebrado quando ele desceu e viu o povo adorando o bezerro de ouro (Êxodo 32:19). O segundo conjunto foi dado a Moisés posteriormente, após a acusação do povo e a renovação da aliança com D'us (Êxodo 34:1).


Haveriam também duas saídas, dois exílios e duas entradas na terra de Israel? A saída do Egito e a saída das nações para Israel?

Que 'coincidências' podem ser levantadas entre a saída de Israel do exílio no Egito e entrada em eretz Israel e o grande exílio imposto pelo império romano até 1948, com o retorno dos exilados?

Quais profecias e propósitos existiam em cada um desses eventos?

Seria que do Egito sairia já como um povo, sendo chamado, pela primeira vez, de povo de Israel, e, em 1947, já saíssem de diversos países reconhecidos pelas Nações Unidas como povo de Israel para que saíssem do exílio e entrassem na terra de Israel?

Que paralelos poderíamos traçar entre saída das nações e a saída do Egito, para a terra prometida?


Saída do Egito 

O povo de Israel foi expulso de Canaã pela terrível seca que abateu, que segundo Yosef, se não fossem para o Egito, teriam morrido de fome. Contudo, a ida para o Egito havia sido profetizado à Abraham:

Gênesis 15:13 Então o SENHOR disse a Abrão: “Fique sabendo que os seus descendentes viverão numa terra estrangeira e serão oprimidos e explorados como escravos por 400 anos. Mas eu castigarei a nação que vai escravizá-los e, por fim, os seus descendentes sairão de lá com muita riqueza.

Então, no tempo certo Hashem fez o resgate de seu povo cumprindo sua palavra.

 O pacto que Hashem tinha feito com Avraham, Isaac e Yaacov, que fazia deles e sua descendência o povo de D'us, não era conhecido de toda gente daquela época. Afinal, somente os que se relacionaram ou que souberam dos grandes feitos dos patriarcas é que tiveram algum conhecimento de Hashem.

Portanto, o resgate dos filhos de Israel, foi um evento milagroso e sobrenatural, através do qual, Hashem se fez conhecido em todo o mundo de então:

Êxodo 3:7-8: "Então o Senhor disse: Certamente tenho visto a aflição do meu povo que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço as suas dores. Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir aquela terra a uma terra boa e ampla, a uma terra que mana leite e mel."

Propósito: libertar o povo judeu da opressão egípcia e levá-los para uma terra fértil e abundante.

Êxodo 6:6-7: "Portanto, dize aos filhos de Israel: Eu sou o Senhor(...)

 E vos tomarei por meu povo e serei vosso D'us; e sabereis que eu sou o Senhor vosso D'us, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios."

Propósito:  Revelar que Ele é o Elohim da aliança e que os libertaria.

Êxodo 7.5 Saberão os egípcios que eu sou o Senhor, quando estender eu a mão sobre o Egito e tirar do meio deles os filhos de Israel.

Êxodo 14:2 Endurecerei o coração de Faraó , para que os persiga , e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o YHWH.

Êxodo 15 Os povos o ouviram, eles estremeceram, uma dor apoderou-se dos habitantes da Filístia.

¹⁵ Então os príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos dos moabitas apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os habitantes de Canaã.

 Propósito: para que todos saibam que Hashem é D'us.

Portanto, Hashem para além de cumprir sua promessa de resgatar seu povo, se revela ao povo de Israel, ao faraó, a todo Egito. E com os poderosos feitos, todos os povos da terra souberam que que Hashem era o D'us de Israel e que Ele resgatou de forma sobrenatural o seu povo das mãos do faraó do Egito, a maior potência daquela época.

Importante destacar: Hashem resgatou seu povo, a saber os israelitas não lutaram, não protestaram, não fizeram nada, nenhum esforço para sua libertaçãofoi o próprio D'us quem os resgatou.

 

O Estado de Israel 

O estabelecimento do Estado de Israel em 1948 foi orientado difusamente por Hashem. Houve esforço político e diplomático liderado por líderes sionistas. A penas para aclarar, em 1897, Theodor Herzl falou sobre a terra de Israel no primeiro Congresso Sionista, que aconteceu em Basileia, na Suíça. 30 anos antes da decisão da ONU para criação do estado de Israel, foi apresentada a Declaração Balfour em 2/11/1917, para retorno dos judeus para Israel.

Contudo, só em 1948 que ocorreu o regresso. Este evento foi marcado por uma série de milagres, porém Israel não teve um líder específico como Moshé, apesar disso, havia profecias sobre esse momento, veja:

Em Isaías 66, fala sobre a restauração de Israel, e no verso 8 diz:

Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos. 

 O verso usa a palavra "nação" (עַם), que pode se referir tanto a um povo quanto a um estado. Portanto, o versículo é interpretado como referindo-se à restauração do povo judeu como nação, estado. E mais, o verso usa a palavra "em um dia" (בְּיוֹם אֶחָד), que é uma figura de linguagem que pode significar "de repente" ou "de forma inesperada". Portanto, é  interpretado como se referindo à criação de Israel, que foi um evento inesperado, como efetivamente foi. De qualquer forma, a profecia sinaliza a criação em um só dia. 

Acrescente a estes fatos de duas datas fixadas no período do bronze para confirmação da profecia de Isaías, D'us havia  profetizado a Moshé que o povo de Israel seria disperso e Ele traria de volta à terra de Israel:

"E o Senhor teu D'us te trará (do exílio) à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e você fará bem, e você multiplicará mais do que a seus pais." 

A criação do Estado de Israel, para o povo que é filho de Avraham, se deu pela resolução da ONU em 1948 do calendário gregoriano. Ocorre que desde Adão e Eva (ano zero), até o nascimento de Avraham, são 1948 anos, ou seja, pelo calendário hebraico Avraham nasceu em 1948 (calendário hebreu) e o Estado de Israel tambem nasceu em 1948 (pelo calendário das nações). 

Não para aí, a passagem em que diz que D’us "trará (do exílio) à terra que teus pais possuíram" (Deuteronômio 30.5, acima), é outra senha codificada na Torá, a saber: esse versículo de Deuteronômio é o 5708º da Torá. Se somar todos os versos desde Gênesis 1, verso a verso de todos os capítulos, acrescentando os versos de Êxodo, Números até este, Deuteronômio 30.5, soma-se 5708 versículos. O código está em que, pelo mesmo calendário hebraico do período do bronze, no ano 5708 (que é o ano 1948 do calendário gregoriano), se dá a criação de Israel, ou seja, o número de versos até a promessa de retorno do exílio e o ano de retorno a terra de Israel, ano 5708 (1948 do calendário gregoriano).


Dos milagres

A situação dos judeus quando voltaram para Israel em 1948 era extremamente precária. Eles representavam 11% no recém criado Estado de Israel e juntamente a eles, viviam lado a lado, árabes que não aceitavam a sua presença. O território dado pela ONU estava com um povo hostil e, os países vizinhos, já haviam declarado que, quando os britânicos saíssem, eles "empurraram os judeus para o mar", destruindo a todos.

A data de 15/05/1948, dia da independência de Israel, não foi marcada pela ONU, mas foi o prazo que o Reino Unido havia previsto como limite para a retirada da Palestina, ou seja, nesse dia abandonariam à sorte a palestina. E a Jordania, bem armada e com Forças Armadas, a Siria, Libano, Irã e Egito já estavam prontos para atacar, assim que os britânicos zarpassem. E foi o que aconteceu.

Enquanto em Telaviv e parte de Jerusalém, os judeus estavam dançando e comemorando a independência, os inimigos já começaram a atacar, bloqueando rodovias e avançando para a região central de Israel.   

Nesse dia, os judeus além de ser um povo pequeno, possuíam poucas armas, sem exército, com um governo que mal acabara de se constituir, e sem apoio externo. 

No dia da independência, semelhantemente a saída do Egito, que era de 600 mil homens, Israel contava com 648 mil judeus.

Grande parte da população árabe que habitava essa região, sendo avisada que invadiriam e matariam os judeus, foram aconselhados a deixar o território de Israel para não sofrerem as consequências desta guerra.

De acordo com o historiador israelense Benny Morris, as forças árabes que lutaram contra Israel na guerra da independência de 1948 somaram cerca de 75.000 soldados[1]. Essas forças eram compostas por tropas regulares dos exércitos dos países árabes vizinhos, bem como por milícias árabes locais.

Resultado. Israel ganhou a guerra contra os 5 países, e os árabes que obedeceram ao comando de sair de Israel, não foram aceitos nesses países árabes e tornaram-se os “refugiados palestinos”.


Em resumo, no dia 14 de maio, a ONU não assegurou a formação do Estado de Israel, nessa data os Britânicos, abandonaram a região, na forma “salve-se se puder”!

Observadores da ONU diziam que Israel não sobreviveria, pois os números nesse momento eram estes:

A população de Israel era de apenas 600 mil pessoas, enquanto a população dos países árabes vizinhos era de cerca de 61 milhões.

Israel no dia da independência contava com 29.677 soldados. Seu inimigo, nesse mesmo dia, contava com soldados treinados: Egito: 10.000; Iraque: 3.000; Síria: 2.500; Transjordânia: 8.000; Líbano: 1 000; Arábia Saudita: 800; Iêmen: 300. Neste número inclui todos os militares, de unidades de combate e de logística.

Israel tinha inimigos dentro do seu estreito território, que tinha que combater, e pelo norte se defendia da Siria, Libano e Iraque; do Oeste da Transjordânia, Iêmen e Arabia Saudita, e do sul, do Egito

 


Os árabes possuíam, no início da guerra, cerca de 70 aviões de caça, e as forças israelenses, não possuia NENHUM, nos 15 primeiros dias da guerra,  mas tarde, no mesmo ano, ja possuíam aproximadamente  50 aviões de caça de três modelos antigos. 

 Os números de armamentos eram críticos para Israel. Os Árabes tinham 50 tanques, e Israel possuía um; os árabes possuíam 250 veículos de artilharia e Israel,  dois; eles possuam 140 canhões, e Israel, cinco; 

Israel possuía menos de 100 mil armas, e não tinha um exército regular, apenas uma milícia improvisada, enquanto os países árabes todos já possuíam suas forças armadas (aeronáutica, marinha e exercito).

Israel não tinha um governo central, apenas um conselho provisório.

Israel, lutou com a orientação e força de D’us e conquistou, no final, mediante a guerra, a sua independência. Sem a presença de D’us, Israel jamais poderia ter derrotado as forças árabes, e ampliado o seu território para além das fronteiras definidas pela Resolução 181 da ONU.


A guisa de conclusão, podemos ver que existem alguns paralelos interessantes entre:

Saída do Egito e retorno a Israel

Saída das nações e retorno a Israel

Foram expulsos pela seca, e para não morrer de fome, desceram para o Egito

Foram expulsos pelo Império Romano, e para não morrerem, desceram para as nações.

D’us cumpriu sua promessa de retirar seu povo após a escravidão.

D’us cumpriu sua palavra fazendo retornar os dispersos para Israel

Saíram do Egito 600 mil homens

Estavam na retomada 648 mil judeus

D’us fez seu nome conhecido mediante o resgate de Israel

Os povos viram que D’us estava com seu povo, pelo milagre do retorno de Israel entre as nações.

Não lutaram para liberdade

Lutaram com D’us para a liberdade




[1] Os países árabes que enviaram tropas regulares para lutar contra Israel foram:

Egito: 40.000 soldados

Jordânia: 20.000 soldados

Síria: 10.000 soldados

Líbano: 5.000 soldados

Iraque: 5.000 soldados

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