Kaparot é uma prática comum no judaísmo?
A cerimônia do kaparot é uma cerimônia judaica tradicional entre os chassidim, que é realizada na véspera de Yom Kipur, o Dia do Perdão.
Durante a cerimônia, uma pessoa segura um galo ou uma
galinha (se homem ou mulher) e gira sobre a própria cabeça, enquanto recita uma
oração que pede a Deus para transferir seus pecados para esse animal. Em
seguida, o animal é abatido e sua carne é doada para os pobres. Este ritual simboliza
o arrependimento e a expiação dos pecados da pessoa que realiza a cerimônia.
Essa cerimônia é mais comumente associada à linha chassídica
do judaísmo, que é uma linha dentro do judaísmo ortodoxo. Embora não seja
exclusiva dessa linha, é mais prevalente entre as comunidades chassídicas,
incluindo a linha Chabad. É importante ressaltar que nem todas as comunidades
chassídicas ou mesmo todas as comunidades judaicas ortodoxas adotam essa
prática.
Como se destacou, essa prática está representada por uma sublinha
dentro do judaísmo ortodoxo. Para aclarar, as principais linhas do judaísmo,
atualmente, temos:
Judaísmo Ortodoxo: É a linha mais tradicional e conservadora do judaísmo. Os judeus ortodoxos seguem rigorosamente a lei judaica (Halachá) e acreditam na revelação divina da Torá no Monte Sinai. Estima-se que cerca de 10-20% dos judeus em todo o mundo se identificam como ortodoxos, e dentro destes está a linha chassidim.
Judaísmo Conservador: É uma linha que busca um equilíbrio entre a tradição e a modernidade. Os judeus conservadores seguem a Torá (escrita e oral), halachá, mas são mais flexíveis em relação à interpretação e aplicação das leis. Estima-se que cerca de 15-20% dos judeus em todo o mundo se identificam como conservadores.
Judaísmo Reformista: É uma linha mais progressista e liberal do judaísmo. Os judeus reformistas enfatizaram a autonomia individual e adaptaram as práticas e rituais judaicos de acordo com as necessidades e valores contemporâneos. Estima-se que cerca de 35-40% dos judeus em todo o mundo, se identificam com esta linha.
Judaísmo Humanista: é uma corrente dentro do judaísmo que enfatiza os valores humanistas e éticos, colocando o ser humano no centro de sua prática religiosa. Essa abordagem busca combinar os ensinamentos e tradições judaicas com uma perspectiva secular e racional. Aqui, a ênfase é colocada na responsabilidade individual e na busca pela justiça social. Os adeptos dessa corrente valorizam a igualdade, a liberdade, a dignidade humana e a ética como princípios fundamentais. Estima-se que uma porcentagem muito pequena dos judeus em todo o mundo se identifique como humanistas.
Judaísmo Nazareno: É uma corrente dentro do judaísmo rabínico, que seguem a Torá (escrita e oral), halachá, são mais flexíveis em relação à interpretação e aplicação das leis. São conhecidos como nazarenos ou Netzarim, porque reconhecem que Yeshua é o Messias prometido e que ele cumpriu as profecias messiânicas. Eles seguem as práticas, tradições e festas judaicas. Estima-se que uma porcentagem muito pequena dos judeus em todo o mundo se identifique como nazarenos.
Judaísmo Reconstrucionista: é um movimento judaico moderno fundado por rabino Mordecai Kaplan no início do século XX. O movimento reconstrucionista busca reinterpretar e reconstruir o judaísmo com base em uma abordagem mais progressista e adaptativa. Ao contrário de outras correntes do judaísmo, o reconstrucionismo não considera a Torá como uma revelação divina literal, mas sim como um produto da experiência humana e da evolução cultural. O movimento enfatiza a ética e a responsabilidade social, buscando aplicar os princípios judaicos à justiça social e à construção de um mundo melhor. Estima-se que cerca de 1-2% dos judeus em todo o mundo se identificam como reconstrucionistas.
Pelo que se observa, o maior grupo é o reformista, seguido dos
conservadores e depois, os ortodoxo, e dentro deste, os chassidim, que praticam
o rito do kaparot.
Portanto, é falsa a afirmação que os judeus fazem kaparot, no sentido de querer denotar uma universalidade, consenso ou de qualquer forma, que significasse uma prática generalizada ou factual
no judaísmo.
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