Façamos um deus a nossa imagem e semelhança
Os deuses dos povos não passam de criações humanas, feitos conforme o desejo de sua cultura.
E você que se diz monoteísta, qual é o seu deus?
Os deuses da antiguidade apresentavam diversas características que diferiam conforme a cultura e a região em que eram adorados.
Alguns dos principais atributos desses deuses incluíam características humanas e também:
- Imortalidade;- Poderes sobre-humanos;- Personalidade colérica e instável;- Ciúmes e rivalidade entre deuses;- Precisavam dos humanos com seus rituais e oferendas.
Na cultura grega, ligada a organização e beleza, seus deuses eram a sua imagem e semelhança: viviam e um panteão e os deuses eram frequentemente retratados com aspecto e comportamento humano. Por exemplo, Zeus, o rei dos deuses, era famoso por sua personalidade instável e impulsiva; Afrodite, a deusa do amor e da beleza, era frequentemente descrita como vaidosa e provocativa; Herácles (conhecido também como Hércules) era um herói que enfrentava desafios semelhantes aos dos seres humanos, apesar de possuir uma força sobre-humana. E todos refletiam o conceito de beleza da cultura grega.
Já na mitologia egípcia, os deuses eram representados como seres humanos com cabeças de animais e possuíam forte ligação com o culto aos mortos, refletindo as características culturais dos egípcios, por exemplo: o faraó, além de ser considerado um deus vivo, tinha que cumprir obrigações religiosas e rituais para garantir a sua posição perante os deuses: Orus, Ozires, etc., frequentemente assumiam formas humanas, comportamentos e emoções, ainda que algumas vezes fossem misturados com traços de animais sagrados ou símbolos divinos que os distinguia como seres sobrenaturais.
Como as pessoas buscam proteção, vida, saúde, amor, sabedoria, fertilidade, etc., se apegam ao que representa sua necessidade, ou ainda, aquele que o governo (poder) patrocina, neste caso, proporcionava um senso de comunidade e identidade cultural (deus dos babilônios, dos Assírios, etc.).
O Deus da Bíblia é diferente. Ele criou o homem, a sua imagem e a sua semelhança. Mas, se Ele não tinha forma, aparência ou substância, como pode ser a sua imagem ou a sua semelhança?!!
Aí está o דבר "davar", a questão. Ele mesmo disse que não tem forma, que não é antropomorfizável.
Ele se revela àquele que o põem a prova.
Relacionando-se com Ele, passa-se a experienciar que, o que Ele diz, fez e faz, é verdadeiro. Ele tem as suas regras (claras e éticas) e não depende do ser humano para nada.
Se a pessoa cumprir as mitzvot (seus mandamentos) por amor a Ele, o resultado é shalom (paz, alegria, equilíbrio, saciedade patrimonial, segurança, etc.).
Todas as projeções que Ele disse, por meio de seus profetas, ocorreram, e outras, estão por ocorrer no devido tempo.
Tais fatos acontecem independente se a maioria das pessoas aceita ou quer.
Ele demonstra que não necessita de dinheiro ou oferendas, ou sacrifícios de animais! Estes, são para os homens, que entendendo o seu propósito e resolvendo retificar seu caminho, busca se aproximar de Deus.
Cada passo de elevação que a pessoa dá, num efeito de retroalimentação, passa a cumprir mais mitzvot e compreender um pouco mais do caráter desse Deus. Cumprindo as mitzvot com a intenção e forma correta, transforma a pessoa e a torna mais úteis ao bem comum da sociedade, e com valores mais profundos, eticamente.
Mas, aos que entendem que o Deus do velho testamento é um deus sanguinário porque estabeleceu morte aos assassinos intencionais, ou porque mandou conquistar a terra que era ocupada por outros povos (reprovados por Deus). Terra que Ele prometeu a Abraão, Isaac e Yaacov, levando Moshé, Yehoshua, Juízes, David, etc., a derramar sangue.
Por estar registrado na bíblia que Ele mandou matar nações inteiras, como nas guerras contra os amonitas, moabitas e edomitas, por exemplo, esse derramamento de sangue faz com que incautos entendam que esse Deus do "velho testamento" é um deus sanguinário e o do novo testamento é um deus bondoso, da paz, que jamais pediria que lutasse, muito menos matasse, quem quer que seja.
Esse raciocínio é igual aos dos deuses da antiguidade que refletiam o interesse e suscetibilidade das pessoas.
Se assim você pensa, saiba que você criou um deus a sua forma e semelhança, um deus que possui as características que você aprova para um deus. Já te digo: isso é idolatria.
Lembre-se, Deus não muda. Cabe, uma vez percebendo que você possa ter sido levado a engano, retificar seus conceitos e voltar-se ao Deus de Israel que é o mesmo ontem, hoje e sempre.
Atualmente, a sociedade é trabalhada pelas mídias sociais e pela educação e cultura (música, arte, cinema, etc.) e entendem-se mais civilizada e tolerante com o diferente, aceitando as pessoas como elas se vêm. Veja, existem pessoas que se identificam como árvores, outras como animais quadrupedes, em fim. A cultura atual é de aceitação e normalização dessas situações e dessas identidades, que são válidas e merecem respeito.
Por estarmos neste contexto nos tornamos mais sensíveis a estes valores culturais do século XXI.
Em contraponto, ao lermos a Torá, Deus mandando aniquilar nações inteiras, parece ser algo sanguinário, e descontextualizado, algo do período das pedras.
Mas será isso mesmo? Atualmente temos 16 países em guerra (Síria, Iêmen, Palestina, Afeganistão, Ucrânia, Líbia, Birmânia, Armênia, Azerbaijão), além das guerras urbanas que somam aos milhares. Distúrbios sociais com incêndios nos grandes centros, como o que está a acontecer em Paris, e todas as grandes manifestações sociais ao redor do mundo, parece que têm uma cartilha de comportamento igual a esse de Paris.
Evoluímos ou modernizamos a mesma brutalidade de sempre (da antiguidade)?
Não se iluda, o ser humano é o mesmo, com as mesmas tendências e inclinações, sujeito a brutalidade, mas também ao arrependimento e ao amor, a ponderar e a reconhecer.
Deus não muda, sua palavra é eterna. E se pensa que ele não vai mais usar de sangue para vencer a suas guerras, não se esqueça da guerra de Gog Magog, está por vir. Será um banho de sangue e quem comandará será o Mashiach.
Malaquias 3:6 -"Eu, o YHWH, não mudo"
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