CÓDIGOS DA LETRA VAV
Hoje vamos nos aventurar em um dos mistérios mais fascinantes do Judaísmo, o mistério da letra vav na porção Shemini que revela a natureza divina da Torá.
Afirmamos, com convicção inabalável, que a Torá, em sua totalidade – desde a primeira letra de Bereshit até a última de Haazinu – foi escrita por Hashem. Cada palavra, cada letra, cada nuance gramatical, carrega em si um significado intrínseco, transcendendo o plano literal e revelando ensinamentos eternos e sabedoria infinita. Podemos utilizar o conceito físico 'quântico' que é o mais complexo para humanidade, para evidenciar a maravilha que é a Torá, enquanto obra literária, única em seu gênero, escrita no período do bronze, e que ainda não conseguimos aprofundar mais que os aspectos óbvios e pueris!!!
Vejamos algumas evidências contundentes:
O Testemunho da tradição oral, confirmando aspectos da Torá, complementam de forma eficaz e mantém através dos séculos o texto na sua for a original. Isto porque cada letra é um número o o copistas da Torá, chamado de SOFER (contador), ele soma as letras de cada linha para ver se está correta sua cópia. Eu disse conta e não lê!!! Lendo pode passar um erro, mas cálculo é exato!!! Por isto, não há como reproduzir erro. E mais, quando tem uma letra grande ou pequena de mais que destoa do estilo e tamanho de letra, ele reproduz da mesma forma. Por que? O copistas respondem: por que assim diz a tradição,(não alterar em nada o original).
A Torá possui códigos secretos para além de um texto que narram a história e as leis de D'us (mitzvot- mandamentos).
Muitos enigmas instigantes, como a previsão com data e nome do assassino do primeiro ministro de Israel, codificada "Amir”, no mesmo lugar que “Yitzhak Rabin” e “assassino que assassinará”. Tem muito mais segredos que aguardam serem desvendados.
Cada letra, cada detalhe, possui um significado que vai além do literal, convidando-nos a uma jornada de descoberta e reflexão.
Aqui nos cabe revelar a letra vav!
As letras maiores e menores, os espaços entre as palavras, as formas e combinações – tudo isso carrega em si um significado místico e gemátrico revelando camadas de interpretação que enriquecem nossa compreensão da Torá.
Os 'erros gramaticais' são pistas! Longe de serem falhas, os poucos erros presentes na Torá são ferramentas propositais que despertam a curiosidade e estudo aprofundado. São pistas que guiam os estudiosos na busca por entendimento ético, espiritual ou profético que pode estar a anunciar.
A Torá, em sua totalidade, pode ser vista como um código complexo, onde cada elemento se conecta a outros, formando uma rede intrincada de significados como a letra vav.
A Letra Vav divide a Torá em duas partes, Bereshit e Shemot, simboliza a união entre o material e o espiritual, um tema central da nossa emuná (fé).
A Letra Vav, unindo o material e o espiritual
A letra Vav (ו) é a sexta letra do alfabeto hebraico. Seu valor gematrico é 6, contudo essa letra transcende sua função fonética para assumir um papel místico e simbólico no Judaísmo.
No livro de Ester, vav é a primeira letra do livro, a do meio e a última!! Neste livro com a letra vav está codificada a morte dos 10 nazistas no julgamento do tribunal internacional de Nuremberg, Alemanha.
Existem muitos outros mistérios e revelações, veja;
Na parasha Shemini está a letra do meio de toda a Torá. Em todas as toratot (plural de Torá) essa letra está maior que todas no seu contexto, e isso não foi feita pelo escriba, mas desde a primeira versão.
Veja que todas as demais letras vav estão alinhadas nas partes superior e inferior.
A Torá de Moshé, todas foram escritas assim. Esse fato de ter letras grandes ou muito pequenas ao longo de um texto acontece em vários livros, compondo códigos secretos da Bíblia.
Para determinar a posição do Vav central da Torá, soma-se todas as letras (sem espaco) de Bereshit (Gênesis) a Devarim(Deuteronômio), o número de letras, que contém 304.805 letras. A letra central, é a letra 152.403, que corresponde à letra Vav.
Na gematria o valor numérico de Vav é 6, associado à criação e à completude, representando o equilíbrio entre os seis dias da criação e o sétimo dia de descanso.
Se olharmos para o vav. em sua função gramatical, ele está a ligar simbolicamente o passado (inexistência de forma sistematizada para perdão das transgressões para o povo judeu) ao sistema que Hashem inaugurou de Shemini em diante, o sistema de korbanot.
Por este sistema veio a certeza de perdão de pecado pela expiação pelo sangue. Em outras palavras: o vav está a unir, como a letra "e" em português, duas partes: o passado sem um sistema e o sistema de de korbanot para perdão, para a vida eterna.
A ausência de um sistema de kapará (purificação da alma e à busca pelo perdão divino) vista nos fatos e histórias descritas do lado esquerdo dessa letra vav no rolo da Torá, e, do lado direito, que simboliza o plano de Kapará, que é a materialização da hessed (bondade de Hashem) relacionado à esse plano de amor e bondade.
Com este plano de korbanot a pessoa tem a certeza do perdão das suas transgressões (involuntárias, voluntárias e não queridas, e aquela que ocorreu por desconhecimento), trazendo à pessoa estabilidade emocional, saúde, certeza, shalom, fatos estes que sem este sistema, o povo judeu tinha incerteza do perdão das suas transgressões.
Reforçando, pelo plano de hessed (bondade, graça ou misericórdia) materializado com os korbanot (imolação dos animais) que começa, a partir do vav, para o lado direito do rolo da Torá (porção Shemini em diante), marca o começo de uma nova história para o povo de Israel e para a humanidade em geral, a saber para quem abraçar a sua aliança, pois D'us disse:
E os estrangeiros que se unirem ao Senhor para servi-lo, para amarem o nome do Senhor e para prestar-lhe culto, todos os que guardarem o sábado sem profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar (Isaias 56.6 7).
BH
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